sábado, 13 de dezembro de 2014

Poema em maranhês


(Para José Neres)

a língua do maranhense,
em Jesus abençoada,
banhada em guaraná,
é cheia de hem-hens!

língua que faz
cosquinha nas costas
de paquinhas,
tem um gostinho
de gongo assado,
de peixe no cofo
pescado,
de manga de vez
com sal e pimenta
(do reino),
de arroz cangulado,
no quibane/quibano
(que bando de gente!),
com algumas escolhas
no meio do prato...

língua que cata feijão,
degusta toda sorte
(de fruta),
ranga Maria Isabel,
improvisa um café
com leite e cuscuz
numa espécie
de almoço jantarado,
puxa pro bucho
um belo cuxá,
abocanha até capitão!

esbarra ainda,
seu Zé Ruela,
deixa de fazer fuá,
deixa de a vida
(alheia)
tanto curiar...
sabes tu me responder:
quantos abalroamentos
em uma barruada há?

enquanto vais pensando,
vou bater uma bola
no campinho e
ganhar muitas barreiras...
éguas, égua-te!
ele errou um horror
de passes e chutes,
mas viu o gol do Juninho,
o magrelo perna de sibite?
vai ter sorte assim
lá na Chechênia!



 (Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior - Carvalho Junior, 2014)

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