sábado, 13 de dezembro de 2014

Homenagens recebidas



CARVALHO

Árvore poesífera
De funnys frutos e nutritivas poesias.
Of the woods da flora,
É o índice dos tempos modernos:
Ri(ha!) a poesia caxiense!
E ainda que caia um raio, Carvalho,
Você não cairá.
Você é forte, Carvalho!
Da sua essência saem versos,
Das suas folhas, poesias.
Longe de mim a propaganda.
Eu não quero fazer marketing.
Mas, enfim, Carvalho...
Somos todos ouvidos!

(Ítalo Vinícius)

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A RUA
(Para Carvalho Junior)

a minha rua
não é como outra qualquer:
tem começo e meio,
mas não tem fim.
Tem jardim
com duas faces:
uma brilha,
e as flores
desabrocham;
a outra
dorme,
e as flores
nos perfumam.

(Jorge Bastiani)



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ENCARVALHANDO SEMENTES

E agora, poeta?
Não há palavras
nem metáforas capazes
de descrever essa euforia.
A surpresa invadiu minh'alma.
"De verso e grinalda",
deu-me tua poesia!
O que há de verdade
e de fantasia também.
O mundo inteiro se enriquece e adquire
uma dimensão de profundidade.
Nada nela é banal.
O íntimo contato se multiplica
em cada um dos seres
que se amam.
Quisera eu ter a receita
para cada verso apreendido.
Quando do céu a Lua se arreia
e o Sol se deita,
depois de atear fogo à rua
com seus ardentes pensamentos.
Que vai de um amante ao outro
diante do silêncio como instrumento,
que se vai tecendo a cada instante
como um afluente do tempo.
Até que a cidade desperte
sozinha debaixo da ponte
ainda sem movimento;
como uma rua fora de controle,
que foge e regressa
aberta em inerte tormento
e nos leva a extremos,
encarvalhados em sementes.
de um flor que gira
a verter pólen
e deixa-se beijar,
sentindo-se amada.

(Quincas Vilaneto)

Indefinível senhora



poeta – madeira;
poesia – fogo;
poema – pirogravura.

(Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior - Carvalho Junior, 2014)

Poema em maranhês


(Para José Neres)

a língua do maranhense,
em Jesus abençoada,
banhada em guaraná,
é cheia de hem-hens!

língua que faz
cosquinha nas costas
de paquinhas,
tem um gostinho
de gongo assado,
de peixe no cofo
pescado,
de manga de vez
com sal e pimenta
(do reino),
de arroz cangulado,
no quibane/quibano
(que bando de gente!),
com algumas escolhas
no meio do prato...

língua que cata feijão,
degusta toda sorte
(de fruta),
ranga Maria Isabel,
improvisa um café
com leite e cuscuz
numa espécie
de almoço jantarado,
puxa pro bucho
um belo cuxá,
abocanha até capitão!

esbarra ainda,
seu Zé Ruela,
deixa de fazer fuá,
deixa de a vida
(alheia)
tanto curiar...
sabes tu me responder:
quantos abalroamentos
em uma barruada há?

enquanto vais pensando,
vou bater uma bola
no campinho e
ganhar muitas barreiras...
éguas, égua-te!
ele errou um horror
de passes e chutes,
mas viu o gol do Juninho,
o magrelo perna de sibite?
vai ter sorte assim
lá na Chechênia!



 (Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior - Carvalho Junior, 2014)

Águas em afogamento

o dedo do homem
deixou sem fôlego
a beleza de nossas fontes...
como poderão, agora,
os novos infantes
brincarem nos riachos?
quem aguenta
da inconsciência
a água ardente?
até o sabão cansou
de ser peixe,
terminou encaixotado
nas prateleiras
das quitandas.

(Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior - Carvalho Junior, 2014)

Via férrea

pare,
olhe,
escute...
nem o trem
nem a fome
do mundo
passaram
ainda.

(Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior - Carvalho Junior, 2014)

Melaluna

negra lua, lua negra...
saltita risos de pureza no seio do céu...
na bolsa de mistérios e encantamentos,
traz o nome escrito: cangulua.


(Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior - Carvalho Junior, 2014)

Lar indócil lar



sou um estranho em minha (im) própria casa,
as únicas pessoas que me (re) conhecem
ainda não aprenderam a chamar o nome cachorro.

(Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior - Carvalho Junior, 2014)

Hinos/homenagens



Hino aos 190 anos de Antonio Gonçalves Dias
(Imperador do verso)

Filho ilustre da princesa Caxias,
Voz guerreira da tribo Tupi,
Gonçalves Dias, homem das letras...
Bravo bardo do Morro do Alecrim!

Dramaturgo, mestre, linguista,
Sabiá do canto plural...
Tradutor da alma indígena,
Poeta da raça, glória universal!

Ó cavaleiro da Ordem da Rosa,
Pincel do progresso em perfeita métrica,
Antonio, expoente nome do Maranhão,
Mais que valente vate das Américas!

Nada há de mais belo em toda a Terra
Do que teu romantismo ultrabrasileiro
E tuas palmeiras pintadas em prosas poéticas!

Filho ilustre da princesa Caxias,
Menino, imperador do verso, eu vi!
Gonçalves Dias, homem de brilhos...
Coração no mar, tua alma aqui!

(Carvalho Junior)
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Hino da ASLEAMA

Três estrelas irmanadas no seio do sertão...
Céu de alecrim artesanal, de inigualável azul!
O cetro da justiça em campesinas mãos
Enceta a nova história da terra do babaçu.
A passarada entoa teu nome pelas palmeiras,
Mangueiras, mamoeiros, goiabeiras, pés de caju...
Altiva te moves no cimo de poéticos morros...
Ventos vibrantes à beira do velho Itapecuru.
O vermelho das tuas lutas, o teu ouro vegetal...
— Pendão imagem da alma sertaneja.
Proclama o pai da bandeira nacional!
ASLEAMA, ASLEAMA!
Democráticas letras, artes e educação!
ASLEAMA, ASLEAMA!
Amor infindo às tradições do teu povo!
ASLEAMA, ASLEAMA!
Memória e zelo pela cultura do Maranhão.

(Carvalho Junior)
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Hino da Escola João Possedome

No coração da fazenda e do povoado,
Um polo de nome pela educação!
João Possedome é um jardim de saberes...
Escola querida, formosa flor do meu chão!

Teu lema, nosso tema, feliz teorema...
Navegando na leitura, sonhos à vista...
Barco que para a glória do futuro rema!
Canal da esperança é tua história escrita!

Possedome, a posse é do homem,
Da criança e da nossa sempre nova juventude...
De ensino e aprendizagem, que primoroso açude!

Possedome, a posse é do povo,
Das Aldeias mais Altas do Maranhão...
Da gentil ingazeira, orgulho da região!

(Carvalho Junior)
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Príncipe da Prosa
(Homenagem a Henrique Maximiano Coelho Neto)

de sangue luso-silvestre,
bem sabe a princesa Caxias
a felicidade em ser mãe
honrada do literato mestre!
verde-calorosamente, a bela
capital Teresina o ama; o Rio: cidade
maravilhosa (além dos janeiros)
põe o nome dele em fama!
príncipe da prosa,
pastor das palavras
na sábia palavra
de Guimarães Rosa!
pai de tantos filhos e livros,
quem não leu e não gostou
na pedra do preconceito
e da preguiça se precipitou!
valoroso Hércules da escrita,
imponente e anoso jequitibá...
da nossa memória literária,
o gigante nunca expirará!
mano da pátria, do homem,
dos esportes, da natureza...
da cultura da nação brasileira,
viveu pra fazer essa defesa!
novembros são cebolas nos olhos
em nosso canteiro de saudades:
um levou Gonçalves Dias, outro
ao amor de Gabi deu a eternidade!
com um ou dois “tês” (ao seu crittério)...
com estilo, ele assinava
o glorioso nome: Henrique
(o máximo) Maximiano Coelho Netto.

(Carvalho Junior)
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Hino da Academia de Letras de Aldeias Altas

Estrela da viva cultura aldeias-altense, 
Céu esboçado por intelectuais mãos! 
Fazes mais altas as letras maranhenses... 
Do topo do morro, a ti contempla São João!
Eis que surge um novo horizonte, 
Fértil açúcar de cana na história... 
Alderico Machado te protege o nome, 
Nobres homens reconhecem tua glória! 
Memorial do saber da Terra das Palmeiras, 
Pássaros citam teus versos heróicos em coro! 
Banhada com as cores da relva e do ouro... 
Que garbosa bandeira de babaçu brasileira! 
Dos teus cursos de águas flui muita limpeza, 
Cantos nativos, palavras sementadas no chão! 
ALAA, academia envolvida de tantas belezas, 
Filha amada de Aldeias Altas do Maranhão!



(Francisco de Assis Carvalho da Silva Junior - Carvalho Junior)